terça-feira, 25 de novembro de 2008

VIOLÊNCIA EM DEBATE


Países reúnem-se para discutir
abuso sexual contra criança
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - Representantes dos governos de 137 países dos cinco continentes, empresários e cerca de 300 adolescentes de diversas nacionalidades se reúnem a partir de hoje (25) no Rio de Janeiro, no 3o Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Até o dia 28, eles vão debater temas como o combate à pedofilia pela internet e o turismo sexual envolvendo crianças e adolescentes.

De acordo com a subsecretária nacional de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen Oliveira, a idéia é envolver governos, empresários e a sociedade civil em um grande pacto de enfrentamento desse tipo de violência.

“Vamos discutir novas estratégias. Alguns desses fenômenos requerem um acordo transnacional e envolvem acordos entre diversos segmentos estratégicos. Por isso, estamos trazendo empresários, como, por exemplo, os provedores de internet, da área de transporte, de turismo, das empresas de comunicação. Então, é um grande pacto social que esperamos ter como resultado desse encontro aqui no Rio de Janeiro”, disse.

Essa é a primeira vez que congresso é realizado em um país americano. As edições anteriores ocorreram na Suécia, em 1996, e no Japão, em 2001.

FONTE Agência Brasil

terça-feira, 4 de novembro de 2008

ARTE BRASILEIRA

Caetano Veloso e Roberto
Carlos, poesia e tecnologia

POR WALTER GALVÃO

O show já disponível em DVD que fizeram Roberto Carlos e Caetano Veloso para festejar os 50 anos da Bossa Nova através de interpretações da música de Tom Jobim foi uma conquista da sensibilidade brasileira.

O espepetáculo é imperdível. Momento mágico e lírico. Espetáculo poético e tecnológico. Os artistas esbanjaram técnica, estilo. A performance mostra a maturidade do que poderíamos chamar de tecnologia expressional da arte pop contemporânea.

Os dois artistas confirmam: é a arte, sim, capaz de expressar características íntimas psicológicas, estéticas, artísticas, criativas, sensíveis, afetivas, políticas e culturais de um povo.

Roberto e Caetano exibem a complexidade rítmica de um gênero brasileiro que por meio século expande fronteiras e limites, direciona caminhos melódico-harmônicos, indica novas rotas para a criação musical.

Geniais, os dois artistas elevam a música à condição de espaço poético para a radicalização dos sentimentos. Dizem quase tudo do que somos: musicais, passionais, sentimentais.
Iluminam o Brasil. Desvelam vidas.

domingo, 2 de novembro de 2008

ANÁLISE INTERNACIONAL

Lula sem claro sucessor
para eleições de 2010

Depois da vitória nas municipais,
o PMDB tornou-se mais agressivo

Hábil político, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, tenta frisar que nada perdeu nas eleições municipais, já que o seu Governo não estava em jogo. Chegou a dizer que, se a oposição venceu, foi porque não discriminou qualquer cidade e porque a economia estava a viver uma boa fase. Mas a verdade é que a vitória da oposição em São Paulo foi um revés para Lula. Nomeadamente porque o prefeito reeleito, Gilberto Kassab, foi impulsionado pelo governador desse estado, José Serra, do também oposicionista PSDB.

A vitória de Kassab é vista como um cheque a favor de Serra, pois o governador apostou nele mesmo quanto este tinha só 8% das preferências. Lula e o seu Partido dos Trabalhadores (PT) mostram estatísticas a ilustrar que tiveram um bom desempenho no país, mas a verdade é que o grande vencedor é o PMDB - que estará à frente da segunda maior cidade, o Rio de Janeiro, de capitais como Porto Alegre, Florianópolis e Salvador, além do maior número de cidades brasileiras de todos os tamanhos.

Lula tinha declarado que iria vencer em São Paulo, com Marta Suplicy, mas perdeu com enorme diferença de votos. Kassab teve mais de 60% dos votos. Nada menos que 11 ministros - além de Lula - participaram nos comícios na maior cidade do país. Embora as presidenciais sejam em Outubro de 2010, o tema está na ordem do dia. Lula tem 80% de apoio popular, mas não pode ser reeleito. E nenhum nome do Governo se impôs, nem mesmo o da ministra Dilma Roussef, da Casa Civil. (LER ARTIGO COMPLETO AQUI)

Reprodução: DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Lisboa 2 de novembro de 2008
Imagem DN Sérgio Barreto Motta

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

ETNIAS EM MARCHA

Unos 20 mil indígenas
colombianos participarán
en marcha de protesta


02:32 PM Bogotá.- Unos 20.000 indígenas colombianos aspiran a participar en una marcha que comenzará mañana en el suroeste del país rumbo a la ciudad de Cali, en el marco de la protesta que etnias nativas cumplen desde el 12 de octubre para hacer diversos reclamos al gobierno.

Portavoces de la Organización Nacional Indígena de Colombia (ONIC) dijeron que cerca de 12.000 personas iniciarán la marcha en la localidad de Piendamó, a unos 350 kilómetros al suroeste de Bogotá, en el departamento de Cauca, donde permanecen concentrados desde el inicio de la protesta.

El objetivo es llegar entre el sábado y martes próximos a Cali, capital del departamento de Valle del Cauca, tras hacer un recorrido de 90 kilómetros en el que se deben sumar unas 8.000 personas, reseñó DPA.Los indígenas, principalmente de las etnias Páez, Guambiana y Embera-Chamí, iniciaron las manifestaciones con el objetivo de reclamar al gobierno la entrega de tierras, el cese de la violencia contra sus líderes y modificaciones a los estatutos del sector minero, así como para rechazar el Tratado de Libre Comercio (TLC) firmado por Colombia y Estados Unidos.

Reproduzido de EL UNIVERSAL Caracas 20.10.08
Imagem El Universal

domingo, 19 de outubro de 2008

INFÂNCIA PERDIDA


Brasil tem um milhão
de crianças viciadas
Pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Psiquiatria revela uma triste realidade. Chega a um milhão o número de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos que apresentam sintomas de dependência química.
Eles consomem álcool, merla, crack, maconha, solventes e outros entorpecentes; fogem de casa; servem a traficantes; roubam; abandonam a escola e transformam a vida dos pais e a deles num tormento cotidiano.As famílias buscam ajuda, mas 60% delas não conseguem tratamento para os filhos e se deparam com a falta de políticas públicas.
Reproduzido a partir do Correio Braziliense 19.10.08
Imagem Google

AMEAÇAS DA CRISE AO CONSUMO



Varejo e indústria discutem
os repasses da alta do dólar

Varejo e indústria discutem alternativas para destravar as negociações de preços das mercadorias afetadas pela alta do dólar.

Alguns fabricantes de bens de consumo já trabalham com tabelas que embutem aumentos de 2% a 15%, dependendo do produto, mas o varejo resiste aos reajustes.

Para assegurar os negócios, uma prática que começa a ser adotada é condicionar o valor do aumento à evolução futura da taxa de câmbio.

De acordo com Nabil Sayon, presidente da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping Centers (Alshop), as varejistas estão incluindo nos contratos com as indústrias uma cláusula de "rebate" para se proteger. Nesses casos, o fornecedor devolverá a diferença de preços ao lojista caso a taxa de câmbio recue no futuro.

Reproduzido de Valor Econômico

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

DESIGUALDADE NO BRASIL

Pesquisa estima que escolaridade
de negros e de brancos só
se igualará em 17 anos


Da Agência Brasil
no Rio de Janeiro


Estudo divulgado nesta quarta (15) pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) mostra que as desigualdades entre negros e brancos no sistema de ensino diminuíram nos últimos anos, mas revela que os negros estão acima da idade adequada aos níveis que freqüentam e, no ritmo atual, a diferença entre os dois segmentos só acabará em 17 anos.

De acordo com a pesquisa, entre 1995 e 2006 a taxa média de crescimento anual do número de anos na escola foi de 1,03 entre os brancos e de 1,06 entre os pretos e pardos. Apesar do pequeno avanço, em 2006, a população branca acima de 15 anos tinha oito anos de estudo, o equivalente à totalidade do ensino fundamental, contra seis anos entre os negros.

O coordenador da pesquisa, Marcelo Paixão, destaca que o avanço da taxa média de anos na escola pode ser explicado pelo aumento "inédito" do contingente de pretos no ensino fundamental, no entanto, destaca que muitas pessoas entraram na escola em idade superior à adequada, ou seja, mais velhas do que o ideal para a turma.

Imagem: FOTO de Tuca Vieira LIVRO: Cidades do Brasil

terça-feira, 14 de outubro de 2008

SARAMAGO ATACA A ESQUERDA MUNDIAL



Onde está a esquerda?

POR JOSÉ SARAMAGO

Vai para três ou quatro anos, numa entrevista a um jornal sul-americano, creio que argentino, saiu-me na sucessão das perguntas e respostas uma declaração que depois imaginei iria causar agitação, debate, escândalo (a este ponto chegava a minha ingenuidade), começando pelas hostes locais da esquerda e logo, quem sabe, como uma onda que em círculos se expandisse, nos meios internacionais, fossem eles políticos, sindicais ou culturais que da dita esquerda são tributários. Em toda a sua crueza, não recuando perante a própria obscenidade, a frase, pontualmente reproduzida pelo jornal, foi a seguinte: “A esquerda não tem nem uma puta ideia do mundo em que vive”. À minha intenção, deliberadamente provocadora, a esquerda, assim interpelada, respondeu com o mais gélido dos silêncios. Nenhum partido comunista, por exemplo, a principiar por aquele de que sou membro, saiu à estacada para rebater ou simplesmente argumentar sobre a propriedade ou a falta de propriedade das palavras que proferi.

Nada de nada, silêncio total, como se nos túmulos ideológicos onde se refugiaram nada mais houvesse que pó e aranhas, quando muito um osso arcaico que já nem para relíquia servia. Durante alguns dias senti-me excluído da sociedade humana como se fosse um pestífero, vítima de uma espécie de cirrose mental que já não dissesse coisa com coisa.

O tempo foi passando, passando, a situação do mundo complicando-se cada vez mais, e a esquerda, impávida, continuava a desempenhar os papéis que, no poder ou na oposição, lhes haviam sido distribuídos. Eu, que entretanto tinha feito outra descoberta, a de que Marx nunca havia tido tanta razão como hoje, imaginei, quando há um ano rebentou a burla cancerosa das hipotecas nos Estados Unidos, que a esquerda, onde quer que estivesse, se ainda era viva, iria abrir enfim a boca para dizer o que pensava do caso. Já tenho a explicação: a esquerda não pensa, não age, não arrisca um passo. Passou-se o que se passou depois, até hoje, e a esquerda, cobardemente, continua a não pensar, a não agir, a não arriscar um passo. Por isso não se estranhe a insolente pergunta do título: “Onde está a esquerda?” Não dou alvíssaras, já paguei demasiado caras as minhas ilusões.

Transcrição resumida da Agência Carta Maior. Texto completo AQUI.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

AGENDA AMBIENTAL


Europa, África, América Latina:
agenda para a sustentabilidade


POR WALTER GALVÃO

O Centro de Informação Européia Jacques Delors destaca, no site em que divulga a agenda com todos os continentes, duas questões cruciais da atualidade: fontes de energia e alterações climáticas.

As expectativas que a agenda contempla: como manter padrões estáveis nas duas áreas; como produzir alternativas para o incremento da produtividade geral das economias; a partir de que parâmetros é possível consolidar matrizes energéticas de sucesso; encaminhamento, promoção, difusão de técnicas e táticas para prevenir frustrações de safras; mobilização social para planejar a cultura frente aos colapsos cíclicos da natureza.

Temas como sustentabilidade e poupança energética para a qualidade de vida no cotidiano de todas as populações integram esta agenda que expressa necessidades do Nordeste brasileiro, da Manhattan dos migrantes, de Angola agora, de todos os quadrantes planetários.

A especificidade da agenda, quanto ao foco na África e na América Latina: biocombustíveis. É isso. Espaços, tecnologia, mercado, recursos para a produção. Trepidações na matriz energética: o que fazer para evitar um possível labirinto de apagões sucessivos, justapostos, sistêmicos, interligados.


Veja AQUI as questões mais freqüentes presentes ao debate globalizado sobre fontes de energia e alterações climáticas.
Imagem: Por-do-Sol em Manhattan by Google Images

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

SAÚDE PÚBLICA


Ganhadores do Nobel
de Medicina elogiam
programa antiaids do Brasil
Publicado em 08.10.2008, às 16h11


Os médicos franceses vencedores do prêmio Nobel de Medicina de 2008, em reconhecimento à descoberta do vírus HIV nos anos 1980, elogiaram nesta quarta-feira (8), em Paris, a política de atendimento universal e gratuito de pacientes infectados, o uso de medicamentos genéricos e a luta por drogas mais baratas no Brasil. Para Luc Montagnier, entretanto, o país precisa evoluir na atenção às pessoas que portam o vírus, mas que desconhecem o contágio, não são tratadas e continuam a disseminar a doença.

Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi foram informados na segunda-feira (6) de que haviam recebido o Nobel de Medicina, concedido pelo Instituto Karolinska, de Estocolmo, na Suécia. Apenas hoje (8), porém, retornaram a Paris, onde foram homenageados no Instituto Pasteur e na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), antes de serem recebidos pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy. Os dois estavam em compromissos no Camboja (Ásia) e na Costa do Marfim (África), quando receberam a notícia de que dividiriam a edição de 2008 da honraria com o médico e pesquisador alemão Harald zur Hausen, descobridor do papilomavírus humano - causador do câncer de colo de útero.

Em entrevista na sede da Unesco, hoje (8) à tarde, Françoise e Montagnier defenderam esforços governamentais - mesmo em meio à crise financeira - para que a meta de universalização do atendimento a pacientes portadores do HIV seja alcançada até 2010. Questionados pela reportagem sobre a eficiência do Programa DST/Aids do Ministério da Saúde do Brasil, os cientistas elogiaram a política. "A comunidade internacional felicita com razão o tratamento universal aos pacientes com o vírus no Brasil", disse Françoise. "Temos também de louvar a briga pela utilização de medicamentos genéricos, mais baratos. É verdade que o Brasil se mostra um exemplo."

Em setembro, o Ministério da Saúde voltou a evocar regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) para derrubar as patentes do laboratório norte-americano Merk. Com a medida, o país poderá produzir genéricos do Efavirenz, um dos 17 remédios do coquetel antiaids previstos no protocolo médico nacional de aids.

Em tom mais crítico, Montagnier pediu a palavra a fez uma ressalva ao programa, que trata 200 mil pacientes no país. "O Estado brasileiro decidiu tratar há muito tempo todos os seus pacientes contaminados pelo HIV. Mas o problema é que o que são declaradamente portadores são tratados. Os que não são declarados, ficam fora de circuito, em especial índios da Amazônia, que não têm acesso aos medicamentos."

Françoise se disse emocionada pelo reconhecimento ao trabalho de uma equipe multidisciplinar formada no Instituto Pasteur no início da década de 1980. "Tenho certeza que Montagnier compartilha da emoção que toma todas as equipes multidisciplinares que se mobilizaram rapidamente para investigar o que se passava no início dos anos 80", disse a primeira mulher a receber o Nobel de Medicina na história. "Penso também nos doentes que se propuseram à época a nos ajudar a encontrar o caminho da pesquisa. Eles não estão mais conosco, porque não puderam usufruir dos avanços representados pelos anti-retrovirais."

Montagnier também lembrou as adversidades que o grupo de pesquisadores enfrentava à época da descoberta do HIV. "Desde os anos 60, houve um grande trabalho universal sobre os retrovírus em animais que nos permitiu alcançar nossos objetivos nos anos 80", lembrou, projetando: "O trabalho deve continuar. É preciso pensar nos que hoje estão mortos, mas também nos que estão vivos e sofrem. Meu trabalho não está terminado."

A equipe liderada por Montagnier trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra a progressão do HIV no organismo contaminado. "Esta doença criou condições para um grande avanço científico que nos encoraja a continuar as pesquisas", ressaltou. O francês também elogiou cientistas que contribuíram para a descoberta, como o norte-americana Robert Gallo, diretor do Instituto de Virulogia Humana da Universidade de Maryland, que também reivindicava a descoberta nos anos 1980.

Fonte: Agência Estado

terça-feira, 7 de outubro de 2008

MUNDO IBÉRICO E GLOBALIZAÇÃO


Una nación cultural única´

Felipe González y William Ospina dialogan sobre el gran valor iberoamericano

JAVIER LAFUENTE - Madrid - 07/10/2008

Es posible que la política y la economía hayan conseguido alejar a España de América Latina, o viceversa, durante los últimos 200 años. De ahí que el escritor colombiano William Ospina sostenga que sólo a través de la cultura se puede romper esa división. "Así somos una nación y no 20; es nuestra riqueza continental", remarcó ayer durante la presentación en Madrid del Festival VivAmérica junto al ex presidente español Felipe González y a la secretaria de Estado para Iberoamérica, Trinidad Jiménez.

Para González, la cultura es "la única dimensión de potencia global" que une a España con los países iberoamericanos. El poeta colombiano, defensor de América Latina como el epicentro de la primera gran globalización, dijo que, hace dos siglos, los líderes de la independencia no se esforzaron tanto por romper con Europa, sino por "romper con una España no suficientemente moderna ni europea". Ahora, 200 años después, el desafío interno de la región y su relación con España "no pasa por ser idénticos: hay que dialogar".

"Allí empezó la globalización", insistió Ospina. La razón: la región posee elementos de muchas culturas de diversas partes del mundo que, con el tiempo, lograron arraigarse y formar una común. "No basta una invasión militar, una conquista, para que una lengua se arraigue y se convierta en algo más íntima", matizó el ensayista. He ahí la gran riqueza continental de la cultura iberoamericana. "Aunque a [Jorge Luis] Borges se la acusara de ser muy europeo, en realidad es muy latinoamericano, muy argentino; lo que ocurre es que Argentina es el país de los emigrantes".

El bicentenario de la independencia que varios países celebran entre 2008 y 2010 fue el motivo del encuentro que mantuvieron Ospina y González y que lanzó el Festival VivAmérica, que se celebra esta semana con más de 250 actividades culturales en Madrid, Bogotá y Tenerife.

Reproduzido de El País 7 10 08

domingo, 5 de outubro de 2008

OS MAIS VOTADOS EM TODO O PAÍS


Prefeitos conquistam
confiança do eleitorado e são
reeleitos no primeiro turno

Os candidatos mais votados em todo o país nas eleições municipais realizadas neste domingo são Cícero Almeida (PP), reeleito no primeiro turno prefeito de Maceió, capital de Alagoas, com 81,74% dos votos; Beto Richa (PSDB), também reeleito prefeito, em Curitiba, Paraná, no primeiro turno, com 77,27%; e Ricardo Coutinho (PSB), reeleito prefeito de João Pessoa, capital da Paraíba, também no primeiro turno, com 74,1% dos votos válidos.

A preocupação com o controle dos gastos públicos é uma característica das três gestões que realizaram.
Em João Pessoa, o governo de Ricardo Coutinho implantou uma secretaria municipal de Transparência Pública, pioneira no Nordeste.

Juntos, os municípios somaram orçamento de aproximadamente R$ 5, 5 bilhões em 2007.

sábado, 4 de outubro de 2008

PENSAMENTO POLÍTICO HOJE


O socialismo no século 21
POR BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS
O socialismo do século 21, como o próprio nome indica, define-se, por enquanto, melhor pelo que não é do que pelo que é: não quer ser igual ao
socialismo do século 20, cujos erros e fracassos não deseja repetir.

Não basta, porém, afirmar tal intenção. É preciso realizar um debate profundo sobre os erros e fracassos para que seja credível a vontade de
evitá-los. Se tal desidentificação em relação ao socialismo do século 20 for levada a cabo, alguns dos seguintes traços da alternativa deverão
emergir:

1.Um regime pacífico e democrático, assentado na complementaridade entre
democracia representativa e democracia participativa;
2.Legitimidade da diversidade de opiniões, não havendo lugar para a
figura sinistra do "inimigo do povo";
3.Modo de produção menos assentado na propriedade estatal dos meios de
produção que na livre associação de produtores;
4.Regime misto de propriedade em que coexistem propriedade privada,
estatal e coletiva (cooperativa);
5.Concorrência por um período prolongado entre a economia do egoísmo e a
economia do altruísmo, digamos, entre Microsoft Windows e Linux;
6.Sistema que aprenda e saiba competir com o capitalismo na geração de
riqueza e lhe seja superior no respeito à natureza e na justiça
distributiva;
7.Nova forma de Estado experimental, mais descentralizada e
transparente, de modo a facilitar o controle público do Estado e a
criação de espaços públicos não estatais;
8.Reconhecimento da inter-culturalidade e da pluri-nacionalidade (onde
for o caso);
9.Luta permanente contra a corrupção e os privilégios decorrentes da
burocracia ou da lealdade partidária;
10.Promoção da educação, dos conhecimentos (científicos e outros) e do
fim das discriminações sexuais, raciais e religiosas como prioridades
governamentais.

Será tal alternativa possível? A questão está em aberto. Nas condições
do tempo presente, parece mais difícil do que nunca implantar o
socialismo num só país, mas, por outro lado, não se imagina que o mesmo
modelo se aplique em diferentes países. Não haverá, pois, o socialismo,
e sim os socialismos do século 21. Terão em comum reconhecerem-se na
definição de socialismo como democracia sem fim.
----------------------

BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS , 66, sociólogo português, é professor
catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
(Portugal). Escreveu, entre outros livros, "A Gramática do Tempo: para
uma Nova Cultura Política" (Cortez, 2006).
ARTIGO RESUMIDO. TEXTO COMPLETO AQUI.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

FOGUEIRA DAS VAIDADES


Sorteio de implante de seios vira febre em discotecas na Argentina

Rosario Gabino
BBC Mundo em Buenos Aires

A prática de sortear um implante de seios para as clientes vem ocorrendo em discotecas das províncias de San Juan, La Rioja, Córdoba e Buenos Aires.
Junto com a entrada – cujo valor oscila entre US$4 e US$10 – as clientes recebem um número para participar do sorteio, caso estejam interessadas.

Na discoteca Sunset – localizada em Olivos, ao norte da capital argentina – o concurso para concorrer à cirurgia chama-se "Quiero mis lolas" (Quero os meus seios, em tradução livre) e já atraiu diversas interessadas.
Fernando Maldonado, promotor do local, disse à BBC que a proposta foi muito bem recebida pelas clientes.

Ele explica que parte do sucesso dos concursos se deve ao sucesso da novela colombiana Sin tetas no hay paraíso (Sem tetas não há paraíso, em tradução livre, reprodução de anúncio acima), na qual a protagonista Catalina é obcecada por fazer um implante nos seios.

Marketing x ética


Entidades médicas condenaram a estratégia usada pelas discotecas.
Francisco Famá, cirurgião e porta-voz da Sociedade Argentina de Cirurgia Plástica, foi firme ao afirmar que a entidade não acha a prática correta.
"Não se pode sortear intervenções cirúrgicas como se fossem eletrodomésticos", disse.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A MORTE DA ARTE

Sensibilidade e mercado na
encruzilhada da globalização


POR WALTER GALVÃO

O século XX, das riquezas conceituais, científicas, tecnológicas, estabeleceu complexos eixos de reflexão a respeito da morte da arte a partir de uma linha do pensamento que se estabelece no século XIX.

Esta anunciação de morte é fruto de uma necessidade européia que virou americana, ocidental e brasileira, de refletir sobre tradição e modernidade e de como as formas clássicas da comunicação sensível artisticamente produzidas integraram-se ao projeto de sociedade que se orientou para o mercado produzindo platéias motivadas por uma oferta gerando uma nova expressão para as relações sócio-culturais.

Nesta primeira década do milênio, a morte da arte, principalmente através da anunciada “morte da música”, integra urgências da agenda da globalização.

São inúmeros os autores de ontem que se dedicaram ao tema, muitos os de hoje que persistem na manipulação do enigma, um canto mórbido de repulsa ao mesmo tempo à irresistível atração do mercado com seu poder de a tudo transformar em mercadoria, e ao dirigismo acadêmico em seu ímpeto de burocratizar a criação através de fórmulas capazes de sistematizar a imaginação artística.

Essa “morte” estaria configurada, para pensadores de hoje a exemplo do poeta Ferreira Gullar, que escreveu livro importante sobre o tema, na absorção, pela indústria cultural para manipulação via truques de marketing, da energia criativa, simbólica e poética dos artistas. Estes, indiferentes ao bate-boca, seguem criando. Provam a cada quadro, filme, holopoema, a cada nova canção ou sinfonia que a utopia da espiritualização via concretude do gesto artístico continua um sol no horizonte da civilização. E é bom que assim seja.
-----------------------

Imagem reprodução de “A fonte” de Marcel Duchamp

Sobre MORTE DA MÚSICA leia aqui

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

FRONTEIRA GLOBAL


Organizações sociais se preparam
para o Fórum Global sobre Migração

No dia 12 de agosto aconteceu na Comissão Argentina de Apoio aos Migrantes e Refugiados (Caref), a primeira oficina de consulta e informação sobre o Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento que acontecerá entre os dias 27 e 30 de outubro na cidade de Manila, Filipinas.
Dentro de uma série de consultas preparatórias, a Caref e o Centro de Estudos Legais e Sociais (Cels) e a Migrants Rights Internacional (MRI), convidaram os membros da Chancelaria Argentina para que informem sobre a posição que o governo argentino levará ao segundo Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento.

Uma das grandes preocupações demandadas pela coordenadora da Caref, Gabriela Liguori, e o representante do CELS, Pablo Ceriani, é a falta de profundidade na discussão sobre os direitos humanos dos imigrantes.


Reproduzido da Agência Adital



CRISE: O PROTAGONISMO JAPONÊS


BoJ fornece
US$ 11,322 bilhões
em nova injeção


SÃO PAULO, 1 de outubro de 2008 - O Banco do Japão (BoJ, central) realizou hoje nova injeção de capital, avaliada em 1,2 trilhão de ienes (US$ 11,322 bilhões), com o objetivo de acalmar a situação nos mercados financeiros, de acordo com informações divulgadas pela agência de notícias Kyodo.

Com esta última injeção, o BoJ completou 11 dias consecutivos de provisões milionárias de emergência para prevenir, a curto prazo, um aumento excessivo das taxas de juros interbancários.

A liquidez total que o banco central proveu ao sistema financeiro chegou a 22,3 trilhões de ienes desde a quebra, no último dia 15 de setembro, do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers.

(Reprodução do Jornal do Brasil com agências internacionais - InvestNews. Imagem: Bolsa de Valores de Toquio/Google)

terça-feira, 30 de setembro de 2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

REFLEXÃO: CAMINHOS DA CRISE

Ladislau Dowbor, economista, professor da PUC São Paulo, filho de poloneses nascido na França e radicado no Brasil desde os quatro anos. O pesquisador opina sobre o atual cenário conflagrado do capitalismo.

O senhor fala do paradigma da competição substituído pelo da cooperação na economia. Como se dá esse processo exatamente?

Ladislau Dowbor – Na base desse processo está a mudança radical da tecnologia. As pessoas não percebem que estamos provavelmente diante do processo de transformação tecnológica mais radical que a humanidade já viveu, o que tem duas dimensões fundamentais. Uma é a capacidade virtualmente ilimitada de estocagem de pesquisa, informação e conhecimento, um eixo cuja amplitude em termos de repercussão planetária está começando apenas. O outro, vinculado a este, é que a dimensão do conhecimento no conjunto dos processos de criação de riqueza se deslocou para conhecimentos técnicos e tecnológicos de diversos tipos. Quando se compra hoje um produto, quando muito, 25% são custos materiais, 75% são de pesquisa, estudos, publicidade, comunicação etc

Sempre que ocorre uma mudança econômica, ela vem acompanhada de um aparato ideológico. O senhor vê algo assim atualmente?

Dowbor – Hoje, há centenas de exemplos de coisas que estão funcionando sob esses novos paradigmas. Não apareceu O Capital da economia do conhecimento, o livro que mais sistematiza as transformações no horizonte é A Sociedade em Rede, do Manuel Castells. Atualmente, está mudando o conceito de economia do tempo, de territorialidade, o conceito de meios de produção, de infra-estrutura. Há diversos elementos que compõem essa mudança, mas quando se tem mudanças sistêmicas é prematuro querer fazer a teoria geral. Muita gente está fazendo a lição de casa e outros estão reagindo a isso.

Reproduzido da revista Fórum. Entrevista completa AQUI

domingo, 28 de setembro de 2008

FRONTEIRA ESPACIAL



Chinês faz primeira caminhada espacial


Em missão inédita para a China, a terceira potência na exploração do espaço, astronauta usa traje para sair de naveTelevisão estatal transmitiu missão ao vivo para todo o país, exibindo líderes do Partido Comunista que assistiam aos trabalhos


RAUL JUSTE LORES

DE PEQUIM

O astronauta Zhai Zhigang, 42, tornou-se ontem (Foto) o primeiro chinês a caminhar no espaço, ao deixar o interior da nave Shenzhou 7 na mais importante missão espacial da China. Ele desfraldou uma bandeira chinesa no espaço, com a ajuda de seu colega Liu Boming, que ficou na aeronave.O feito foi transmitido ao vivo pela rede estatal chinesa CCTV, às 16h40 de sábado (5h40 em Brasília)."Eu me sinto bem e saúdo o povo chinês e o povo do mundo", disse Zhai na transmissão.O presidente chinês, Hu Jintao, e outros líderes do Partido Comunista também apareceram na transmissão, assistindo à "caminhada espacial" a partir do Centro de Controle Aeroespacial de Pequim.Foram vinte minutos no espaço, usando um uniforme de 120 kg que custou US$ 120 milhões (R$ 222 milhões).

Reproduzido do diário Folha de S.Paulo 28 09 08

ESTADOS UNIDOS EM CRISE




Protestos contra plano de resgate
de governo norte-americano

WASHINGTON.— Uns 150 protestos foram convocados nos Estados Unidos rejeitando o plano de resgate dos bancos, impulsionado pelo governo do presidente George W. Bush.
Estas medidas também se realizam enviando milhares de mensagens eletrônicas aos congressistas, informou a agência Efe.

A ação simboliza a irritação de muitos contribuintes pelo desastre que causaram os magnatas financeiros do país, e reflete a repulsa à medida proposta pelo Executivo de utilizar US$700 bilhões do orçamento público para resgatar as entidades financeiras.

Por sua parte, diversos bancos centrais do mundo injetaram mais fundos aos mercados monetários, perante a incertidão de possíveis quebras e o que acontecerá com o denominado plano de salvamento da Casa Branca, informou a PL.

O Banco de Austrália anunciou a introdução de somas adicionais às de dias passados, enquanto o organismo regulador do Japão entregou quase US$30 bilhões na primeira operação de abastecimento de divisa norte-americana em sua história. Operações similares foram realizadas por autoridades monetárias de Hong Kong e do Banco Central Europeu.

No contexto de seu programa de ajuda à Reserva Federal, o Departamento do Tesouro norte-americano anunciou que captará US$60 bilhões suplementares dos mercados.

Notícia reproduzida de Granma Digital Internacional Cuba

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

DESAFIOS BRASILEIROS


Muitos problemas barram pleno desenvolvimento

POR WALTER GALVÃO

O presidente Lula bateu forte na política global de desenvolvimento durante reunião da ONU esta semana. A crise financeira deflagrada desde os EUA foi a chave para um pronunciamento em que a autoridade brasileira cobrou mais responsabilidade dos governantes dos países ricos para manter um cenário de equilíbrio. O impacto de crises como essa das hipotecas se derrama sobre a estabilidade conquistada a duras penas pelas economias em desenvolvimento.

O discurso crítico do brasileiro expressa confiança fruto de patamar de desenvolvimento nacional que capacita o país a protagonizar uma vanguarda continental na cobrança de soluções de problemas mundiais a quem pode realmente resolvê-los.

Mas tal situação confortável não nos habilita, entretanto, a minimizar a gravidade da situação ainda encontrável no cotidiano nacional no que diz respeito à superação de pontos críticos que continuarão, em persistindo, a emperrar uma decolagem satisfatória da nossa economia rumo ao céu estável da participação nas instâncias de decisão diplomáticas e do mercado mundial.

Os principais atoleiros em que patina a máquina vigorosa do nosso desenvolvimento: os brasileiros trabalham mais de cinco meses por ano para pagar impostos; 46% dos jovens brasileiros vivem em situação de pobreza; o analfabetismo entre jovens e adultos persiste num patamar acima de 12%; homens e mulheres do país passam mais de 11 anos doentes num contexto de expectativa de vida que chega aos 70 anos.

Estes focos de estrangulamento da vida dos brasileiros revelam a dimensão de um processo histórico de reprodução da pobreza que permanece deitado no berço esplêndido da concentração de renda. As reformas havidas no gestão do Estado e na legislação que regula a economia foram até agora insuficientes para suplantar a armadilha histórica do conflito distributivo. Mas o país está com a faca e o pão na mão pra fazer o sanduiche do espetáculo do crescimento prometido: o queijo do sucesso será fabricado a partir da mobilização crítica das forças sociais organizadas. Desenvolvimento é coisa séria demais pra ficar apenas nas mão do governo federal.

MUNDO DO TRABALHO

A democracia entrou na fábrica

POR LEONARDO BOFF

Indubitavelmente a democracia é o melhor modelo de organização poliitica que a humanidade já excogitou. No entanto, democracia que convive com miséria e exploração se transforma numa farsa e representa a negação da própria democracia.
Em todas as partes, se procura romper o pensamento único e o modo único de produção capitalista, inventando formas participativas de produção e abrindo brechas novas pelas quais se possa concretizar o espírito democrático. É notório que a democracia sempre parou na parta da fábrica. Lá dentro vigora, com elogiosas exceções, a ditadura dos donos e de seus administradores.

Recentemente, tive a oportunidade de assistir o exercício democrático de produção dentro de uma fábrica de cerâmica na cidade de Neuquén no sul da Argentina, na porta de entrada da Patagônia. Trata-se da Cerâmica Zanon, que pertencia a um grupo econômico multinacional, cujo dono principal era Luis Zanon, da empresa Ital Park, testa de ferro da privatização das Aerolineas Argentinas e um dos cem empresários mais ricos na Argentina. Este empresário, em 2001, estava prestes a decretar a falência da empresa. Chegou a demitir 380 operários.

Os operários resistiram. Todos os intentos por parte da polícia de desaloja-los foram frustrados. Os operários assumiram a direção da fábrica de forma democrática, organizaram a complexa produção de cerâmica, de alta qualidade, com maquinaria moderna de origem italiana. Decretada a falência em 2005, trocaram o nome da fábrica. Agora se chama “Fasinpat”(fabrica sin patrones). Democraticamente ajustaram os departamentos, introduziram a rotatividade nas funções para todos poderem aprender mais, fizeram parcerias com a universidade local. Não só. A fábrica não se reduz a produzir produtos materiais mas também cultura, com biblioteca, visitação de escolas, shows multitudinários no grande pátio, colaboração com os indígenas mapuche que ofereceram sua rica simbologia assumida na produção. Lá trabalham 470 operários produzindo mensalmente 400 mil metros quadrados de vários tipos de cerâmica de comprovada qualidade.
Como se depreende, a democracia pode sempre crescer e mostrar seu caráter humanizador.

Trechos de artigo publicado na revista Forum Global. Texto completo aqui.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

CORRUPÇÃO NA AMÉRICA LATINA


Combate à corrupção 'estanca' no Brasil,

diz Transparência Internacional


O combate à corrupção "parece ter estancado" no Brasil nos últimos anos, segundo o relatório anual da organização Transparência Internacional (TI), divulgado nesta terça-feira, 23.
O índice de percepção de corrupção – que reflete como cidadãos em diversos países vêem o combate a este mal – calculado para o Brasil permaneceu em 3,5 pontos, intocado em relação ao ano passado, em uma escala que varia de 0 a 10.
Segundo a ONG, a situação do Brasil é ilustrativa da regional: 22 dos 32 países da região incluídos no levantamento ficaram abaixo dos 5 pontos, o que indica problemas sérios de corrupção.
Destes, 11 sequer passaram dos 3 pontos, marco indicativo de corrupção desenfreada.
Em sua análise para as Américas, a TI qualificou os resultados como "tendência infeliz para a região nos últimos anos".
"Os esforços anticorrupção parecem ter estancado, o que é particularmente perturbador à luz dos programas de reformas de muitos governos", afirma o comunicado da ONG.
(Transcrição nesta terça-feira do site BBC Brasil)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

FEMINISMO E ALIENAÇÃO


Atração Fatal: Camille Paglia vê Sarah Palin

POR WALTER GALVÃO

Pensemos juntos a respeito do significado de uma declaração da escritora norte-americana Camille Paglia, incluída na lista dos cem maiores intelectuais do mundo. Ela afirmou à semana passada que Sarah Palin, candidata a vice-presidente dos EUA na chapa republicana, “representa a explosão de um novo estilo vigoroso de feminismo americano. Palin deu o maior passo para redefinir o papel de autoridade e liderança feminina desde que Madonna incorporou a personagem dominadora de Marlene Dietrich e enfiou goela abaixo do establishment feminista um novo feminismo pró-sexo e pró-beleza”.

Seria cômica se não fosse trágica tal declaração. Religiosa, extremamente conservadora, campeã das intenções de voto das chamadas “mães do Wal Mart” (eleitoras brancas, classe média baixa, acima de 40 anos, conservadoras e com problemas econômicos), militante contra o aborto mesmo que a gravidez seja resultante de estupro, incesto e defeito congênito, Palin representa tudo o que o feminismo de ontem e de hoje condena.


Para ela, o único contraceptivo válido é a abstinência sexual, nega que o aquecimento global seja causado por atividades humanas e aprova a inclusão do criacionismo nos currículos escolares.

Um ideal de cultura moralista autoritário que reduz a mulher à condição de objeto, contra a qual historicamente se insurgiu o feminismo. Sob a capa moral da defesa à vida, a condenação ao aborto e a abstinência sexual refletem nada menos que o patriarcalismo medieval com o conseqüente controle político e jurídico do corpo feminino.


Camille Paglia distorce o sentido ideológico do feminismo (questionar a organização social e o nível de liberdade e protagonismo da mulher), desvia o sentido urgente do debate (a supressão dos direitos humanos de milhões de mulheres no mundo atual) e deforma a postura político-ideológica da candidata a vice dos republicanos. Faz do atraso inovação, torna o obscurantismo uma força positiva e da burrice redenção.

sábado, 20 de setembro de 2008

GOVERNANÇA IMORAL

EUA descartam lixo eletrônico em países em desenvolvimento

Relatório informa que país viola regras da Agência de Proteção Ambiental ao descartar produtos para países em desenvolvimento.
Por IDG News Service
20 de setembro de 2008 - 09h01

Empresas de reciclagem dos Estados Unidos estão enviando eletrônicos com substâncias tóxicas a outros países, sem preocupação em seguir regras e proteger pessoas e o meio ambiente, diz relatório do U.S. Government Accountability Office (GAO).

Segundo as regras da Agência de Proteção Ambiental (EPA) do país, só é permitida a exportação de monitores CRT (do inglês cathode ray tube), e não outros equipamentos com o sistema.

CORRIDA À CASA BRANCA

La carrera hacia la Casa Blanca

Obama alerta contra el 11-S económico
El candidato demócrata ofrece pactar el plan de rescate de Wall Street ante una situación de "emergencia inmediata" - McCain se resiste y culpa a Washington
ANTONIO CAÑO - Washington - 20/09/2008

Describiendo la situación como de "emergencia inmediata", el candidato demócrata a la presidencia de Estados Unidos, Barack Obama, se saltó ayer el guión de la campaña para ofrecer a su contrincante, John McCain, al presidente George Bush y al Congreso pactar un plan para acudir en socorro del sistema financiero y evitar una catástrofe de proporciones impensables. Tanto Obama como McCain advirtieron de la necesidad de actuar ya, sin esperar a la toma de posesión del próximo presidente el 20 de enero.

Obama, que tenía previsto presentar ayer propuestas detalladas para afrontar la crisis, renunció a hacerlo, según dijo, para no añadir confusión y elementos de distracción a la tarea fundamental de salvar al país de lo que se vive como un 11-S de su economía.

En lugar de eso, el candidato demócrata mostró su respaldo a las medidas anunciadas poco antes por el secretario del Tesoro, Henry Paulson, quien anticipó la probabilidad de tener que destinar "cientos de miles de millones de dólares" para comprar las hipotecas que están en el origen de este problema y sacar adelante las maltrechas firmas de Wall Street.

(EL PAIS)

PATO MANCO LEVA CULPA PELA CRISE

Deu no New York Times: Economistas
responsabilizam Bush pela crise

POR WALTER GALVÃO

O destaque neste sábado do noticiário político e econômico no "The New York Times", principal jornal dos Estados Unidos, e um dos mais importantes do mundo, é a responsabilização do presidente Goeorge Bush pela quebradeira da economia a partir da crise das hipotecas.

Tudo bem que Bush é um filhote de ameba com telefone, uma encarnação do Brinquedo Assassino com armas nucleares, um boçal que sempre falou o que lhe mandaram, um irresponsável. Mas não dá pra depositar na conta dele toda essa bagunça que está engolindo bancos como macaco engole bananas.

Mais certo é atentar para a irresponsabilidade pura e simples dos chefões do mercado imobiliário e do sistema financeiro. Gente dos mundos público e privado. A disponibilidade de dinheiro resultante da recuperação parcial da economia pós-11 de setembro fez com que os bancos resolvessem acolher os inadimplentes de toda ordem garantindo-lhes crédito para recomeçar um cadastro.

Não deu outra: inadimplência gera mais inadimplência. E o que se viu é o que se vê: atoleiro financeiro que igual a um buraco negro atrai a energia da estabilidade de quem fez o dever de casa quanto ao equilíbrio gerencial no capitalismo globalizado.

Bush é o pato manco, a bola da vez para escorraçmento geral. Mas querer atribuir-lhe toda a responsabilidade pela crise é jogar o boi de piranha pra que a gatunagem perfumada atravesse incólume o mar de dejetos que ela própria produziu e jogou no ventilador do mercado.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

CLÓVIS ROSSI E A CRISE GLOBAL

Parem o mercado, querem descer

POR CLÓVIS ROSSI

SÃO PAULO - Dois momentos, separados por escassos 14 meses, dão uma idéia perfeita da marcha acelerada da crise global .

Momento 1 - Na cúpula do G8, em junho de 2007, o governo alemão, o anfitrião de turno, queria que fosse discutido algum tipo de código de conduta para os agentes do mercado financeiro, em especial para os "hedge funds", esses que apostam em diferentes ativos para se proteger caso uma (ou mais de uma) das apostas dê errado. Seria uma espécie de auto-regulação. Explicava à época o ministro alemão de Finanças, Peer Steinbrueck, que tais fundos especulativos representam "um risco sistêmico".

Por quê? Simples: "Alguns deles estão alavancados cinco, seis ou até sete vezes, o que significa que os credores podem ser seriamente prejudicados se um desses fundos se tornar insolvente", explicava Steinbrueck. Ou seja, previa tudo o que viria logo depois (a crise, então chamada modesta e incorretamente de "crise das subprime", estourou em agosto, dois meses depois). Os Estados Unidos rejeitaram a proposta alemã. Deu no que se vê.

Momento 2 - O presidente da poderosa Confederação Espanhola de Organizações Empresariais, Gerardo Díaz Ferrán, fez anteontem a seguinte declaração: "Creio na liberdade de mercado, mas, na vida, há conjunturas excepcionais. Pode-se fazer um parêntesis na economia de livre mercado". Passou-se, pois, em meros 14 meses, de uma proposta de auto-regulação, típica medida de mercado, à impossível hibernação do próprio mercado.

Não se aceitou a primeira porque os governos, todos, têm medo do mercado e não o enfrentam. E, para executar a segunda, seria preciso que houvesse um estadista disponível no mercado de governantes capaz de apresentar alguma idéia, uma que fosse, para organizar a farra. Você conhece algum?

Transcrito de A FOLHA DE S. PAULO 19 09 08

ALBERTO DINES SOBRE MÍDIA E CRISE

CRISE ECONÔMICA / Muda tudo, inclusive a indústria do jornalismo

Por Alberto Dines em 16/9/2008

Ainda não foi escolhido o cognome com que o último fim de semana (13-14/9) entrará para a história econômica. É uma questão de dias – ou horas – até que se encontre o nome-fantasia apropriado para uma catástrofe que se anunciava claramente há mais de um ano e que os experts (inclusive na imprensa) teimavam em ignorar.

A ruína do banco Lehman Brothers, fundado em 1844, não é simbólica, não se trata apenas do fim do capítulo sobre os gigantescos bancos criados por imigrantes alemães no interior americano. Trombetear o fim do capitalismo é bobagem, instituições ou sistemas só podem ser consideradas tecnicamente encerradas quando há substitutos aptos. O suplente do capitalismo ainda não foi inventado e dificilmente o será algum dia.

No fim de semana arrancaram-se as derradeiras lantejoulas de um sistema financeiro que para se proteger, estufou, estufou até que arrebentou. A crise hipotecária americana não foi avaliada com a devida seriedade – pelas consultorias, agências de risco e a imprensa especializada – porque o sistema financeiro compreende vários níveis de negócio.

Mesmo em dias de quebradeira de bancos hipotecários há gente apostando no futuro, ganhando rios de dinheiro na própria débâcle do mercado.

Perigo das bolhas

O sistema se realimenta continuamente, o negócio de negociar com dinheiro – o próprio ou de outros – não admite lutos ou folias. Bolsas disparam e despencam, mal-humoradas ou bem-humoradas, independentemente da real situação dos mercados. Dentro de dias um especulador pode mudar drasticamente os tétricos índices da segunda-feira (15/9) sem tocar no mercado hipotecário americano ou no sistema mundial de refinanciamentos.

A imprensa não consegue mostrar esta complexidade. Nem jamais teve esta pretensão porque, para isso, deveria adotar uma postura rigorosamente crítica. Não necessariamente marxista, mas cética, militantemente cética. Não apenas no que respeita às crises em si, mas, sobretudo, no tocante ao mecanismo de criação de modismos, tendências e seu produto final, obra-prima do efêmero contemporâneo – as bolhas.

Alertar para o perigo das bolhas equivaleria desestimular o consumismo, o turismo e a falsa noção de que a felicidade só é possível num apartamento duplex com piscina olímpica. Quem agüenta viver sem a esperança de hospedar-se no Crillon de Paris, quem abdica do direito de sonhar com um Land Rover ou mini Sony Vaio?

Nem a mídia nem os mediadores – sobretudo estes – têm suficiente estofo (ou rabugice, dá no mesmo) para dizer aos concidadãos que estão sendo enganados quando governantes, experts e outros jornalistas garantem que uma catástrofe como a do último fim de semana será rapidamente contornada.

***
Os portais de notícias brasileiros no domingo (14/9) à noite eram um show-room do tal jornalismo do futuro. Com exceção de um par de especialistas de plantão, os veículos digitais – estes que estão sendo solenemente apresentados como substitutos dos jornalões e revistões – cuidavam do futebol, da Fórmula-1, da fofoca, dos cataclismos climáticos e da Bolívia; afinal, não se deve desperdiçar fotos de confrontos armados, lembram filmes de ação. Nenhum sinal do que acontecia nos EUA e dentro de horas seria manchete da imprensa mundial. Fácil entender: a bolha hipotecária e a bolha digital foram fabricadas pela mesma febre. Não se sabe exatamente o que vai mudar. Talvez a velocidade.

FONTE Observatório da Imprensa